Paulo Braga Silveira Junior
Um sonetista nascido em São João da Boa Vista, nos meados de 1957.
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" BEM VINDO "
" INTENSA PAIXÃO "
Te contemplei vaidosa, linda, nua,
no espelho a admirar-se distraída...
Tu eras sol a iluminar-me a vida;
poesia feito o céu à luz da lua...
Jamais houvera essa emoção sentida
tocado-me em minh'alma - e continua -
intensa ali, frente a nudez tão tua
de tal beleza rara em si contida.
Tu foste-me o desejo casto e puro,
a minha insensatez, o meu perjuro
da fé de nunca amar no coração
e sem de culpa ou dolo, eu, imbuído
fizeste-me na carne possuído
da mais fremente chama de paixão!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" FRAGMENTOS "
Cigarro aceso à boca, uma tragada,
o olhar de quem se perde em pensamento,
visita o seu jardim a passo lento,
a planta, olhando bem se foi cuidada...
Esconde, entre a fumaça, o sentimento
e a emoção que traz em si velada
que a estrada foi-lhe dura e conturbada
e deu-lhe apenas fé por alimento!...
Respira o ar na sede dos pulmões
se como lhe faltasse, às sensações,
o amor que nesta vida ainda espera...
O sol lhe afaga o rosto e se enternece
ao escutar, dos lábios seus, a prece
que em breve chegue a paz da primavera!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" SIM, ETERNO "
Te lembras? Palpitante, o coração
dizia ser verdade o sentimento
à espera angustiada do momento
de encontro, ao fim da tarde, no portão!...
Suor nas mãos, anseio, olhar atento,
a pele atormentada de paixão,
vontade de viver toda a emoção
que nos trazia à alma um doce alento.
Recordas? Corpos nus por sobre a cama,
o amor a nos unir em viva chama,
a paz de sermos um, era o bastante...
Jamais, do que se ama, a alma esquece
por isso, então, de fato não perece
o amor, mesmo que dure um só instante!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" VALIDADE "
Te vejo como sempre, com amor,
aquele mesmo vindo inesperado,
tão puro, condizente, complicado,
desabrochado de paixão em flor!...
O mesmo, quer distante ou separado,
vibrante como o anseio em seu vigor;
intenso, carinhoso e sem pudor,
amor real, maduro, bom, tarado...
Te comecei a amar desde criança
e sigo amando enquanto o tempo avança
que amar é dom dos céus que não se finda...
Um dia nos alcança a eternidade
e lá eu dir-te-ei em sã verdade:
não terminei de tanto amar-te ainda!
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" DERROTA "
No jogo, ao tabuleiro desta vida,
cerquei-te as torres postas na paixão
posicionando o amor meu, de peão,
no avanço pela dama pretendida!...
Deixaste-me postado à ilusão
fingindo, pelo ataque, estar ferida
mas tinhas bem guardada e protegida
a porta afável do teu coração.
Malícia em teu olhar, jogada feita,
vibraste o corpo arfante satisfeita
sabendo que a nudez, a vista, embota...
Meus bispos, meus cavalos, um a um
tomaste-me até não sobrar nenhum...
Te cobiçar me foi toda a derrota!...
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" PREDADORA "
Precisas me sorrir tão belo assim
de forma a me envolver em sedução
se como já soubesse de antemão
do meu querer, por teu desejo, afim?
Sorris como quem quer meu coração
e o mais que conseguir despir de mim
num jeito que é só teu de armar, enfim,
com requintado ardor, teu alçapão.
E caio na armadilha em teu sorriso
sabendo ser, teu corpo, o paraíso
bem mais propício a mim para o pecado...
Te basta o riso sempre ao rosto vindo
que, contemplando este semblante lindo,
já quedo-me a teus pés enamorado!
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" COMO DÁ "
Não fraco e nem tão forte... Resistindo
conforme o que é possível, dia a dia...
Bem longe do que como eu gostaria
mas suportável está, então... Vou indo!
Guardei comigo um pouco da alegria,
da fé, do amor a dois e, resumindo,
o conto que eu vivi foi, bom, foi lindo,
e relembrar-lhe é boa companhia.
O sol me beija o rosto no caminho
e a brisa a mim expressa o seu carinho
ao me abraçar gentil num fim de tarde...
Prossigo, então, meu rumo... Eu sou poeta!...
Embora o espinho à carne me lanceta
eu sigo sem queixumes, sem alarde!
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" INCOERÊNCIA "
Eu sou como disseste, todo o dito...
O filho igual ao pai, o tal farsante,
o cara, pra você que é relutante,
um dono de alma inquieta e um ser aflito!
Sou eu este infiel e rude amante
que segue, dos que são família, o rito;
que faz-se de um adorador contrito
mas que no fundo é um contumaz errante.
O bobo que ainda vive no passado
e tantas coisas mais no enunciado
que atestam como vês este que eu sou!
Se crês, se faz verdade e não contesto;
por que querer agora eu que não presto
se achas que quem sou nunca te amou?!...
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" RESCALDO "
Olhares que se cruzam fecundando amores
e vozes que se calam sepultando o resto;
razões desperdiçadas no ferir de um gesto,
frações de um sentimento a mando dos rancores...
Abraços, um sorriso, um despedir funesto,
a dança da paixão dos corpos sem pudores,
o dor no romantismo de enviar-se flores
e o acolher de paz do amor sem mais protesto!
A vida é como é... Exagerada em tudo!...
Um grito na garganta, um canto triste e mudo...
A lápide fiel dos atos cometidos.
Mas como vale a pena ater-se aos seus encantos
que é bênção seu pulsar e intenso os risos tantos
doados ao prazer dos anos cá vividos!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" DOLO "
A escrita do poeta é fantasia
e tão somente a voz de um coração
que tenta dar valor à emoção
comum a tantos mais. É só poesia!
Pra alguns é devaneio ou ilusão,
um sonho sem razão, uma utopia;
há quem lhe dê por dogma a heresia
de que o papel não tem qualquer paixão.
Escrevo tanta coisa sem sentido
e acabo, com meu verso, parecido;
culpado por tão só lhe conceber...
Confesso, não há mal na escrita feita!
Há, sim, no coração que se deleita
em ver maldade em tudo o que ele ler!
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" SIMPLES PAIXÃO "
Paixão, um dos mais loucos sentimentos,
é fogo de desejo à pele dada...
Constante vendaval na madrugada
e chama angustiante dos tormentos!...
Fissura de uma mente transtornada
a nebular de anseio os pensamentos,
paixão é a causa mor dos mil lamentos
e todo o drama d'alma apaixonada.
É carne posta à brasa e anseio em fúria
a escravizar os corpos na luxúria
sedentos do prazer e da vontade...
Paixão é a fome santa, a febre insana
que sempre a incendiar, o amor, emana
a preço do querer que nos invade!
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018
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" REGISTRO "
O que me deslumbrou foi a alegria
constante em seu olhar; sempre presente
no riso costumeiro e tão frequente
a lhe adornar o rosto a cada dia!...
Havia um toque nele reluzente
e revestido, enfim, de tal magia
que, ao vê-la, essa minh'alma se despia
pra ser fazer, de fato, mais contente.
Sorria o seu olhar, seu corpo inteiro;
sorrir era o seu jeito costumeiro
de me envolver nos fatos de sua história...
Gravei-a nesse encanto, em riso aberto...
É num sorriso assim que a tenho perto
feliz como inda a guardo na memória!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Setembro/2018